Com a aproximação da Copa do Mundo da Rússia, país que possui um histórico de preconceito extremo contra pessoas LGBT, essa temática tem conquistado espaço na mídia internacional, mesmo que mínimo se comparado à folia e à ansiedade por um campeonato mundial desse nível.
A situação no Brasil não é muito diferente. Segundo um levantamento do Grupo Gay da Bahia, no Brasil, 445 foi o número de pessoas LGBT que morreram por algum tipo de agressão, tenha sido ela física ou psicológica, em 2017. Nos estádios de futebol, torcedores insatisfeitos ecoam gritos LGBTfóbicos que reproduzem discursos de ódio pelas arquibancadas. “Lugar de bicha não é aqui, não”.
de quem é o
futebol?
Por Felipe Mendes
É nesse contexto que surge a ideia para a construção de uma crônica fotográfica sobre pessoas LGBT no esporte, com foco no futebol. As pessoas fotografadas são estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC). Lídia, Benfica, Gambit, Igor, Marcos, Vinícius e Wellber são LGBT e cursam Jornalismo. As imagens foram feitas em uma tarde de quarta-feira (6), nas arquibancadas do estádio Presidente Vargas, em Fortaleza, enquanto uma partida de futebol acontecia em campo.
Ser LGBT ainda é ter que se reafirmar constantemente enquanto ser humano, é ser invisibilizado, diminuído, violentado, ridicularizado e, às vezes, até assassinado por ser quem é. Mas é também sorrir e ter orgulho de si, é negar a normatividade e enfrentar os desafios e os pesos impostos por uma sociedade que tenta negar a pluralidade. Seguimos em busca de reivindicar espaços que também nos dizem respeito, espaços que também são nossos. Ocupamos. Resistimos.